A Associação Cultura Votorantim, em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, começa os preparativos do início do projeto VOZES PERIFÉRICAS: ORALIDADE E MEMÓRIA. O projeto foi elaborado pela Associação Cultura Votorantim e teve como proponente o Sindicato.
Vozes Periféricas foi um dos 300 projetos aprovados em 180 cidades, em uma parceria inédita entre o MINC e a Secretaria da Cultura do estado de São Paulo.
O projeto “VOZES PERIFÉRICAS: ORALIDADE E MEMÓRIA” irá produzir uma cartografia de caráter documental, em áudio e audiovisual, sobre os processos culturais produzidos e gerados na periferia, pelas pessoas que compõem este cenário, evidenciando memórias orais, desejos, manifestações artísticas, depoimentos, desabafos, especificidades e especialidades, dando rosto e voz à periferia.
O Projeto foi elaborado e apresentado ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, pelo produtor cultural Werinton Kermes e pela semioticista Miriam Cris Carlos, que em 2000 desenvolveram o projeto Vídeo Memória ( LINC), no qual colheram depoimentos em vídeo e transformaram estes depoimentos em documentários sobre temas e pessoas da história contemporânea da cidade de Sorocaba.
Werinton conta que um estúdio móvel (veiculo adaptado e customizado), com aparatos tecnológicos para captação, edição, finalização e difusão de material de áudio e vídeo, percorrerá os bairros periféricos de Sorocaba, Votorantim e Piedade, oferecendo gratuitamente para as populações das periferias das três cidades, cursos/oficinas de técnicas de áudio e vídeo à população, que, capacitada e orientada por profissionais de Comunicação, realizará programas para rádio e tv, os quais serão veiculados pelas TVs e rádios comunitárias e educativas da região. O processo possibilitará a realização de conversas públicas, no formato de debates mediados pelos realizadores e profissionais, intelectuais e artistas. Haverá exibição de filmes e documentários de diversas regiões brasileiras, além da exibição daquilo que foi produzido pelos participantes das oficinas. O que se pretende é proporcionar que as pessoas que contribuem para a vida das cidades e estão nas periferias possam contar sobre suas origens e, sobretudo, que estes relatos possam fazer parte da história das cidades, dos bairros e das pessoas, diz Miriam Cris, e acrescenta que o Museu da Pessoa foi a inspiração, pessoas anônimas, mas com uma bagagem de vida que compõe nossa sociedade e quase sempre não faz parte da história oficial. Kermes acredita que cada indivíduo tem uma historia e estas histórias podem acrescentar em muito à vida de outros indivíduos, principalmente aos mais jovens. Além daqueles que aqui nasceram, são pessoas que saíram de outras cidades, de outros estados do país, com outras culturas, outros costumes e hoje são cidadãos sorocabanos, votorantinenses e piedadenses. Os idealizadores do projeto esperam que os efeitos deste projeto sejam a formação de público para o audiovisual, além de possibilitar o acesso à informação, oferecer formação específica, beneficiar o público periférico e sociedade como um todo, contribuindo para uma sociedade mais tolerante, justa e com mais possibilidades, além de re-significar a idéia comum de Periferia.
Segundo Ademilson Terto, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, “o projeto foi apresentado à diretoria no mês de setembro do ano passado e de imediato percebemos a proximidade com nossos objetivos. Vozes Periféricas tem em comum com o Sindicato o fato de pensarmos justamente nestes trabalhadores, sobre os quais sabemos muito pouco. Esta é a grande oportunidade de colocarmos em prática mais uma vez o conceito Sindicato Cidadão, que busca justamente valorizar estes trabalhadores anônimos que fazem a história de um país, de um estado, de uma cidade ou de um bairro.
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