Sou da ação. Nem sempre bom com as palavras, deixei a minha
condição de artista das imagens pela sensibilidade de que, na gestão pública da
cultura, é possível ir além de si e permitir a realização coletiva daquilo que
nos diferencia e identifica, nos acolhe e nos provoca estranhamento.
Somos seres de cultura. Sem ela, somos matéria crua, morta ou
amorfa. Ela nos cobre com símbolos, afetos e singularidades. Ela nos veste e
nos desnuda. Desde sempre fui arrebatado pela causa da cultura, pela fome de
fazer, de ver projetos caminhando.
No que diz respeito àquilo que é corriqueiro, e talvez normal, é
possível se dizer, para quem deixa de ocupar um cargo público, que quem chega,
chega feliz, e que quem sai, sai triste, arrasado. Esta obviedade deve ser
quebrada no que diz respeito a mim.
Deixo a Secretaria de Cultura e Turismo de Sorocaba de forma
muito tranquila e serena. Isto porque aceitei um convite a partir de um projeto
para Políticas Públicas de Cultura que ajudei a construir. Não era (ou não é)
um projeto de 8 meses, e tampouco um projeto eleitoreiro. Mas estou certo de
que este projeto estava em pleno andamento. Todos os segmentos da sociedade
fazem parte dele, principalmente as chamadas minorias (que no meu entender são
maioria).
Nestes oito meses, parte da proposta estava concluída, e agora era hora de juntar todas estas forças (Entidades, Fundações, Associações, Movimentos Artísticos, Movimentos Sociais, Movimentos para as Igualdades) e enfim começar a mostrar a Sorocaba que a Cultura é capaz de muito mais do que se imagina, quando se opera com o engajamento e o diálogo.
Nestes oito meses, parte da proposta estava concluída, e agora era hora de juntar todas estas forças (Entidades, Fundações, Associações, Movimentos Artísticos, Movimentos Sociais, Movimentos para as Igualdades) e enfim começar a mostrar a Sorocaba que a Cultura é capaz de muito mais do que se imagina, quando se opera com o engajamento e o diálogo.
O que foi fundamental para se chegar com algum otimismo neste
segundo semestre, dado o quadro político soturno em que o país e mesmo a cidade
se encontra, foi perceber que o servidor público entende que ele é peça
fundamental no executar e fazer cultura de acolhimento e de formação. Desta
forma, agradeço a toda a equipe que me proporcionou a realização, até aqui, do
que foi planejado para Sorocaba.
Este propósito foi interrompido por razões que não me cabe debater, mas a experiência me traz a certeza de minha dedicação apaixonada para aproximar, para debater, para agregar. Deixo a função, mas não deixo meu ideal: a minha convicção de que não apenas vale muito a pena, mas que é necessário e urgente acreditar em uma Sorocaba mais humana, mais fraterna, mais acolhedora, com mais oportunidades de vivências culturais que enfatizem a pluralidade, a diversidade, a compreensão.
Este propósito foi interrompido por razões que não me cabe debater, mas a experiência me traz a certeza de minha dedicação apaixonada para aproximar, para debater, para agregar. Deixo a função, mas não deixo meu ideal: a minha convicção de que não apenas vale muito a pena, mas que é necessário e urgente acreditar em uma Sorocaba mais humana, mais fraterna, mais acolhedora, com mais oportunidades de vivências culturais que enfatizem a pluralidade, a diversidade, a compreensão.
Desejo ao novo Secretário que possa realizar o melhor para a
cultura de Sorocaba. E que mais do que Política Partidária, que o que esteja em
primeiro lugar seja a Política Pública para a cultura, a qual acredito deva ser
entendida sem preconceitos, em um viés antropológico, que respeite e valorize
as diferenças e permita a cada cidadão perceber a riqueza possível em cada
prática cotidiana de cada indivíduo e das coletividades, com suas
peculiaridades e contradições.
Deixo o Poder Público, mas não os meus ideais e meus princípios,
e agradeço a cada um que fez parte deste sonho que não pode morrer: o de
proporcionar a ação e a formação cultural de forma horizontalizada, com todos,
para todos, tecendo o véu da cultura com o maior número de mãos, cores e
texturas possíveis.
Werinton Kermes
31/08/2017
31/08/2017
3 comentários:
QUERO DAR PARABÉNS!
Sem referencia a carta aberta, mas porque acabei de ler uma matéria um pouco antiga, sobre uma briga entre artistas de Sorocaba e o Sated. Gostei da maneira como o Senhor se posicionou. Neutro e coerente.
Meu nome é Thiago, sou de SP - capital, tenho 26 anos, estudante do curso superior de Bacharelado em Matemática. APAIXONADO POR AÇÃO CULTURAL E EVENTOS. A cultura precisa de pessoas como o Senhor na gestão. Obrigado!
Quero dar parabéns pela maneira como o Senhor se posicionou de maneira neutra e coerente na briga entre os artistas de Sorocaba e a SATED.
Meu nome é Thiago, sou da capital de SP, 26 anos, estudante do curso de bacharelado em matemática.
Apaixonado por ação cultural e eventos, acredito que o Senhor é um modelo de gestor cultural a ser seguido. Parabéns! E obrigado!
http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/803559/artistas-redigem-carta-de-repudio-ao-sated
Parabéns pelo seu posicionamento neste tema.
http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/803559/artistas-redigem-carta-de-repudio-ao-sated
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