terça-feira, 26 de agosto de 2014

REVISITANDO A SOCIEDADE DOS POETAS VIVOS DE VOTORANTIM

Manoel Peres Sobrinho*

Esta luz, este fogo que devora. Esta paisagem gris que me rodeia. Esta dor por uma só idéia – Federico Garcia Lorca, poeta espanhol.
Em Votorantim, há dois lugares que me encantam estar. Um é a minha casa, meu lar, meu reduto inconfundível e inalterável de indizíveis experiências e sentimentos. No meu lar eu sou o rei, e a minha casa é o meu castelo. O lar, eu o concebo, como nosso sacrário, ponto de convergência de nossa humanidade, lugar de deleites e sofrimentos, mas que molda nossa existência, através das mais lídimas sensações.
O outro é a Biblioteca Municipal, local de encontro com amigos especiais. Ali faço amizade com a plêiade da humanidade, senhores e senhoras de suas idéias, que sabem do que falar, como falar, e como argumentar sobre o assunto a que se propõem. Sou um afortunado. Eles estão sempre lá, me esperando, pacientemente, estoicamente, eu diria. Não reclamam, estão sempre às mãos, e quando entabulamos conversa animada com eles, falam do que melhor sabem fazer: ensinar.
Foi numa dessas incursões pela Biblioteca Municipal, que encontrei novos e especialíssimos amigos: os poetas votorantinenses, na "Coleção dos Autores Votorantinenses", idealizado e coordenado pelo jornalista Werinton Kermes, quando Secretário da Cultura da Prefeitura Municipal de Votorantim, em 2008. A simpática coleção leva o nome sugestivo de "Sociedade dos Poetas Vivos de Votorantim". Ao apresentar a coleção, Kermes escreve: "Escritores são cidadãos especiais. Pertencem a um pequeno e seleto grupo de indivíduos que dedicam parte de suas vidas ao registro de idéias, pensamento, histórias, fatos e rimas, disseminando e perpetuando cultura, incentivando crianças e jovens ao exercício da arte das letras e, ainda, oferecendo ao presente e ao futuro, um riquíssimo legado: a versão escrita do que representam como sociedade humana organizada".
A Coleção toda é composta de 10 volumes muito bem diagramados e impressos. Infelizmente não encontramos os dois primeiros volumes, no acervo da Biblioteca, mas os que podemos ver lá são os seguintes: Volume 3 – "Rodoporto", autor Luiz Carlos Nogueira dos Santos; Volume 4 – "Poesias", autora Silmara Rocha; Volume 5 – "Poesias e Conto", autor Carlos Donisete de Oliveira; Volume 6 – "Poesias", autor Nelson Santucci; Volume 7 – "Poesias", autor Paulo Martins de Souza; Volume 8 – "Contos", autor Rodrigo Lopes; Volume 9 – "Poesias", autor Ximenes Alves Martins; Volume 10 – "Poesias", autora Morgana de Andrade.
Ainda, como bônus de nossa descoberta, encontramos a obra "Cavalo Branco – Em Busca de Ninguém" do escritor Tide Paraná, pseudônimo do senhor Erotides Sebastião Aparecido. Esta obra descreve sua experiência com discos voadores em Votorantim, mais sonhos e intuições.
Ainda, a obra "O Sonho", do escritor Messias Skif, um romance de aventuras, ficto real. Escreveu, também, "Tal e Qual", uma epopeia de sua vida, uma autobiografia em prosa e verso. Também, do mesmo autor, "Da aurora ao Crepúsculo", uma coletânea de poesias; e contos, tais como "Panorama", "Os Evangelistas" e outros.
Por fim, até o momento, encontramos, também, o poeta Paulo Martins Souza, com dois volumes de poesias, com o título geral "Causando: poesias, causos, sátiras e versos", de dezembro de 2005.
Para o futuro, queremos manter estreitas amizades com esses autores. Vamos ler suas obras, notar seu estilo, observar seu vocabulário, procurar entender sua verve poética, e, se pudermos, transformaremos tudo isso, num delicioso relato que vamos compartilhar com os nossos outros amigos: os nossos leitores.

(*O autor é Mestre em "Educação, Arte e História da Cultura" pela Universidade Presbiteriana Mackenzie).
http://mpfragmentos.blogspot.com.br/2014/08/revisitando-sociedade-dos-poetas-vivos.html

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