sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Exposição em memória a Rogich Vieira começa dia 21 na Oficina ‘Grande Otelo’

Diário de Sorocaba
publicado em: 13/01/2012 às 21h01

Escritor e fotógrafo foi, durante muitos anos, colaborador do DIÁRIO

Ismênia Rogich mostra o acervo de livros e escritos do pai numa das estantes da Biblioteca Infantil Municipal; no destaque, o fotógrafo Rogich Vieira (Foto: Werinton Kermes)


Acontece no próximo dia 21 a abertura da exposição “Rogich Vieira e seu amor a Sorocaba - da fotografia à pesquisa histórica”, na Oficina Cultural “Grande Otelo”, a partir das 19 horas. A mostra, com curadoria da bailarina Maria Ismênia Rogich Vieira, fará uma homenagem ao saudoso intelectual com um acervo de mais de 300 fotografias que revelam a estima que sempre teve por Sorocaba. As imagens, registradas por ele, mostram cenas do seu cotidiano, paisagens da cidade, monumentos, prédios históricos e momentos com a família e os amigos. Estará também à disposição do público um filme produzido em 2000 pelo documentarista e fotógrafo Werinton Kermes, além de uma compilação sobre seu legado.  

A bailarina Ismênia Rogich é a filha mais velha do pesquisador, que morreu em 20 de dezembro de 2001. Seus outros filhos são Márcia Helena Rogich Merighi e Marcos José Rogich Vieira, frutos do casamento com Elência Rogich Vieira, já falecida. Sorocabano de nascimento e coração, Porphirio Rogich Vieira foi professor, historiador, pesquisador, fotógrafo e autor de sete livros publicados. Nasceu no dia 8 de janeiro de 1929 no meio da Rua XV de Novembro, como gostava de dizer - a casa de sua mãe literalmente atravessava a via naquela época, até ser desapropriada. Quem conta esta história é Ismênia Rogich, que conversou com a reportagem do DIÁRIO ontem. “Meu pai tinha orgulho de afirmar que nasceu no meio da XV de Novembro, e que por isso era sorocabano legítimo”, revela. 

Ela conta que o pai sempre teve uma rotina intensa de estudos e atividades intelectuais. “Quando não estava na máquina de escrever, estava fotografando”, diz. Amante dos livros e dedicado pesquisador da história de Sorocaba, Rogich Vieira gastava as horas lendo e registrando cenas da cidade. A escrita também era uma de suas paixões. “Passava o dia todo datilografando sobre os mais diversos assuntos”, afirma Ismênia.

Colaborou durante muitos anos com diversos jornais. No DIÁRIO DE SOROCABA, escreveu matérias e colunas e atuou como fotógrafo freelancer nas décadas de 60 e 70. Produziu uma série de artigos, entre eles, “Passarela da Morte”, em 1971, no qual denunciava os problemas da antiga estrada de Itu, onde, à época, aconteciam muitos acidentes devido à grande movimentação de veículos - a via era a única alternativa dos motoristas para ir às cidades vizinhas. Trabalhou, ainda, como fotógrafo do Jornal Cruzeiro do Sul - de 1966 a 1970 -, e dos extintos periódicos Folha de Sorocaba e Jornal da Cidade, além de escrever para Folha de São Paulo, Jornal de Alumínio e Notícias Populares. Boa parte do seu acervo de fotos, livros e escritos está devidamente catalogada na Biblioteca Infantil Municipal. 

Quando moço, gostava de praticar fotografia durante as festas de Carnaval. Ismênia conta que o pai ia a todos os eventos que aconteciam na cidade, para depois reunir os amigos em casa e compartilhar as imagens registradas. Sempre muito discreto e dedicado aos estudos, nos raros momentos de lazer costumava sentar com a família e mais próximos para um bom bate-papo acompanhado de uma cervejinha.  

No final da década de 70, mudou-se para São Paulo para trabalhar como fotógrafo da Polícia Técnica. Lá permaneceu por 20 anos, durante os quais montou o Museu do Crime da Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Voltou para Sorocaba em janeiro de 1993, de onde nunca mais saiu. Foi, ainda, membro da Academia Sorocabana de Letras e sócio-fundador do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba. Faleceu aos 72 anos no dia 20 de dezembro de 2001 em decorrência de uma insuficiência respiratória.   

SERVIÇO - A exposição “Rogich Vieira e seu amor a Sorocaba” tem início em 21 de janeiro na Oficina “Grande Otelo” (Praça Frei Baraúna, s/n°, Centro), e ficará aberta ao público até 11 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, das 13 às 21 horas, e aos sábados, das 13 às 17h30.   

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