sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Projeto ‘De olho no som’ será retomado a partir de amanhã








Importante palco para os músicos nos anos 1990, o projeto acontece no Teatro de Arena

Referência para os músicos de Sorocaba e Região na década de 1990, o projeto De olho no som será resgatado e estreia amanhã, sábado, dentro da programação de Carnaval da Secretaria de Cultura de Sorocaba. Das 15h às 21h as bandas Bit Beat Bite Bright, Nôva, Fones, Valverine, Incesto Andar e Cacá Barros sobem ao palco do Teatro de Arena, que fica no Paço Municipal. A entrada é gratuita.
A ideia em resgatar o De olho no som também é trazer para atividade o teatro, espaço público que é pouco utilizado, explica o secretário de Cultura, Werinton Kermes. “O teatro tem sido esquecido e as ações culturais têm ocorrido em outros espaços, ignorando a potencialidade do Teatro de Arena. No momento em que falamos de ocupar espaços público, nada mais justo que retomá-lo, e assim, toda a história da cidade que já passou por lá, além de começar novas outras com os artistas que temos aqui”, defende o secretário.
De acordo com Kermes, o projeto continuará se chamando De olho no som e ocorrerá mensalmente, no Teatro de Arena. O secretário não adiantou quem ficará responsável pelo projeto e como será feita a escolha das bandas que participarão, mas adiantou que o evento será uma mostra e não um festival competitivo. “Resgatar esse projeto que foi tão importante é uma forma de dar mais visibilidade para a produção musical local”, defendeu.
Referência cultural
A ideia foi bem acolhida pela classe artística, principalmente os músicos, que defendem mais espaços para apresentações. “É importante ativar o espaço, nesse momento em que a cultura está sendo tratada em segundo plano. Os músicos têm andado dispersos, correndo atrás de mercado, tocando em bar... Retomar esse projeto é fundamental para a história da cidade, e cria referências”, falou o historiador e músico, Maurício Toco.
Toco não chegou a se apresentar no projeto, mas se recorda da época, início da década de 1990, e da diversidade de bandas que passaram pelo De olho no som. “Tinha de blues a metal”, explicou sobre os gêneros musicais apresentados.
Marcos Boi, que à época se apresentou com o Mah Companhias Blues (com Márcia Mah e Álvaro Mestre Ramos), conta que a mostra, dava um panorama real do que estava sendo feito e qual era a produção local em termos de bandas e artistas da música. “Então o retorno (do projeto) seria um resgate ótimo, de algo que realmente fez a diferença e servia também como um ‘mapa’ da produção local”.
História
O De olho no som foi um projeto de Celso Magrão, executado no início dos anos 1990. Com conta Márcia Mah, que participou do evento, como não havia muito espaço para os músicos, o projeto acabou tendo muita repercussão e público.
A ideia de Magrão, explica, partiu de um outro projeto na cidade, o Olho da rua, que Magrão participava ao lado de Márcia Mah, Álvaro Mestre Ramos, Zé Bocca, entre outros... Como o Olho da rua era uma trupe mais teatral, Magrão teve a ideia de fazer o De olho no som como quase uma extensão, mas com foco na música.  “E a ideia do nome do projeto foi do Álvaro Mestre Ramos”.
Para a cantora, é muito boa a notícia do resgate do projeto pela abrangência de estilos que ele proporciona e, principalmente, por trazer à vida o teatro, que leva o nome de Carlos Roberto Mantovani, um dos principais ativistas culturais de Sorocaba.
Entre as muitas bandas que passaram pelo De olho no som estão: Metraton, Jasmin, Madeira Podre, Rayban, The End, Anjos Indomáveis, Heroína, Proletários Punk Rock, Terceira Dimensão, Hipocrisia, Lispector, Juca Filho e Ênio do Ó, Specter Sound, Maurício Rezzani, Lã de Vidro, Psychotic Terror, The Boche Boys, Os Coisa, Alquimia, Anarcólatra, Estado de Putrefação, Eletronarcose, Latitude Zero, Helô Mora, Adausbleustous Ausbliustous, Ramal 4, Filtro, O Clã, Carne de Pescoço, Efeito Moral, Overnoise, Álvaro Ramos, Netas da Demência, Maurício e Banda, Atitude e Progresso, Head Feeling, Ednilson Laluc e Banda, Função Eclética, Long Size Dream, Lelo Praxedes e Cia, Expontânea Vontade, Plebiscito, Dissidentes...entre outras.

Sobre as bandas que se apresentam amanhã:

15h - Bit Beat Bite Bright: a Bit Beat Bite Bright é formada por Iuri Griga (guitarra e vocal), João Vitor Nunes (baixo) e Bruno Kalach (bateria). Bit Beat Bite Bright
16h – Nôva: banda sorocabana de metal Nôva surgiu em 2012  e é formada por Fernando Xavier no vocal, Filipe Delbel e Gustavo Kussuki nas guitarras, Felipe Schmidt no baixo e o baterista
 17h – Fones: a Fones é uma banda de garage-rock formada na zona industrial de Sorocaba/SP, com influências do punk rock e de música underground brasileira. É formada por Renan Pereyra (guitarra/vocal), Paulo Augusto (baixo) e Jefferson Viteri (bateria).
18h – Valveline:  formada no início de 2011 em Sorocaba/SP, a banda é composta por Heitor Rosa (vocal), Marcelo Betti (Guitarra), Gabriel Gama (baixo) e Diego Antunes (bateria).
19h - Incesto Andar: natural de Sorocaba a banda é formada atualmente por Ariel Machado (guitarra/voz), João Maresia (guitarra/voz), Igor Machado (baixo) e Jefferson Viteri (bateria).
20h -  Cacá Barros: Considerado um dos principais nomes da nova geração da guitarra brasileira, Cacá Barros iniciou sua carreira em concursos de música instrumental. Em 2017, o músico apresenta o seu primeiro álbum, “Adrenaline”, com nove faixas que serão apresentadas ao público no decorrer do ano.

ANRMS

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