sábado, 22 de maio de 2010

Werinton Kermes procura jornal após denúncia anônima que foi parar no MP




Ministério Público de Votorantim instaurou procedimento para apurar o possível uso da máquina administrativa pelo ex-secretário da Cultura do Município, Wertinton Kermes, na produção do documentário Povo Marcado.
A informação foi divulgada ontem pelo próprio Kermes. O caso foi distribuído à promotora Fabiana DalMas Rocha Paes, que pede esclarecimentos sobre a realização do trabalho. O MP quer saber, entre outras coisas, se houve uso de dinheiro público para rodar o documentário.
O expediente toma por base ofício que questiona, mais, o que teria sido feito com o dinheiro do prêmio que o filme recebeu por conta de sua participação em festivais, particularmente o de Cinema de Gramado, no qual venceu na categoria de melhor vídeo social. Isso, considerando a hipótese de ter sido produzido com recursos públicos. A denúncia não foi assinada, ou seja, é anômina, mas, mesmo assim, seu conteúdo pode ser investigado.
Em contato com a reportagem, Werinton Kermes esclareceu que, em momento algum, utilizou dos recursos da Prefeitura de Votorantim. Povo Marcado, lembrou, consistiu num projeto criado originariamente para o rádio. O programa era protagonizado pelas detentas da cadeia pública da cidade, que entrevistaram convidados e discutiram seus problemas nas muitas edições realizadas.
Kermes e também a produtora Luciana Lopez decidiram registrar esses momentos com imagens. Ao final de certo tempo, dispunham de material suficiente para um documentário. Tudo foi feito por conta própria. Pagamos, e dispomos dos comprovantes, todas as despesas, desde o aluguel do salão onde ocorreu o lançamento do filme, até gastos menores como estacionamento e outros, disseram.
Produzido em 2008, Povo Marcado participou de mais de 30 festivais no país e no exterior. O filme chegou a ser exibido em mostras e despertou o interesse dos governos de vários Estados, como o de Rondônia, onde todas as presas da capital, Porto Velho, foram levadas ao cinema para assisti-lo.
Todos os prêmios obtidos, contam Luciana e Werinton, foram honoríficos, inclusive, o de Gramado. Não ganhamos dinheiro com o filme. Reconhecimento, sim, já que, modéstia à parte, o trabalho colocou em pauta um problema social dos mais grave e mostrou que é possível promover a inclusão dos encarcerados.
A produção, aliás, será exibida amanhã pela TV Senado, dentro do programa jornalístico Inclusão, nos seguintes horários: 11h30 e 22h30. No domingo, as apresentações acontecem às 9h e às 17h. Após a exibição no programa televisivo, ele ficará disponível para download no site www.senado.gov.br/tv.

José Antônio Rosa

Notícia publicada na edição de 21/05/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul

Um comentário:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Me registei no seu blogue.
Acontece que eu tenho muita
dificuldade em enviar comentários,
de qualquer modo virei visitar
este blogue sempre que possa.
Bj/Irene